sábado, 14 de agosto de 2010

Preto No Branco - 07/08/2010 - Roubei o Futuro Só Para Ficar Com Ele - Futuro Ano Zero



1ª Hora


Na 1ª Hora, navegámos no futuro no Preto No Branco de hoje com as “Inventions For Electric Guitar” de Manuel Göttshing, membro fundador dos Ash Ra Tempel, inventor creditado do futuro que nasceu na Alemanha no Ano Zero, 1945 após a II Grande Guerra, igualmente acompanhado pelos Tangerine Dream de Edgar Froese com quem gravou "Electronic Meditation" e com Klaus Shulze, tripulante também dos primeiros álbuns dos Ash Ra Tempel. Depois da partida de Shulze e após a perda controlo doutro membro do Ash Ra, Hartmut Enke, devido à longa exposição à forma de vida banhada pelos ácidos com o mítico guru das acid-trips, Timothy Leary nos Alpes Suíços, Manuel Götsching continou a gravar como Ash Ra Tempel, por vezes acompanhado pela sua namorada Rosi Müller. Curiosamente, apesar de navegar no mundo cósmico, nem sempre os Tempel se afastaram da “tirania dos blues” como os NEU!, mas no álbum que trazemos hoje “Inventions For Electric Guitar” de 1975, Gotsching traz-nos camadas de guitarras que vão flutuando em harmonia, até criar a melodia. Por vezes, a guitarra é tão percutida, que se assemelha a um tambor. O futuro, já tinha sido inventado, mas este álbum seria um segundo andar de uma máquina em permanente aceleração na procura do limite do cosmos. O terceiro andar, viria pouco mais tarde, em 1984, com E2-E4, cuja a capa até foi objecto de plágio por parte dos LCD Soundsystem. Ouvimos então a faixa “Echo Waves”, seguindo-se “Quasarsphere” e “Pluralis”. No final desta hora, ainda teremos tempo para ouvir um excerto da canção “Daydream”, com Manuel Göttsching acompanhado de Rosi Müller.


1-Manuel Götshing - Inventions For Electric Guitar -Echo Waves
2-Manuel Götshing - Inventions For Electric Guitar -Quasarsphere
3-Manuel Götshing - Inventions For Electric Guitar -Pluralis
4-Manuel Götshing- Starring Rosi - Daydream


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2ºHora


O trance, antes das máquinas dos anos 90, e também antecipando-se às introduções de música barroca num ambiente quase fora dos limites da pop, como os Dead Can Dance. Igualmente, outra forma de misticismo. Popol Vuh, o grupo trazido para esta segunda hora de hoje, e já agora relembro que as emissões por mim realizadas estão sob o signo de ter roubado o futuro só para ficar com ele, é o título então deste grupo, e está relacionado com reino Quiché Maya, fundado no Século XIII nas montanhas da Guatemala. Mas o misticismo ir-se-ia aliar à criação de um rasto de futuro ligado à história espalhada nas estrelas dos cosmos. Os Popol Vuh de Florian Fricke, ligaram a tradição à linha da frente da tecnologia, recorrendo ao sintetizador Moog, para em fusão com o piano elétrico Rhodes ou um simples piano acústico, originarem uma nuvem sonora de meditação, com momentos de sonho e realidade, num espaço adimensional. Talvez seja mais fácil ouvir o coro lindíssimo de “Aguirre” banda sonora do filme homónimo de Werner Herzog, ou a duçura de “Hosianna Mantra”. Contudo, “In Den Gärten Pharaos”, o seu segundo álbum após “Affestunde” que significa “A Hora do Macaco”, apela à serenidade e procura de uma linha de melodia que nos conduz através do futuro.


1-Popol Vuh - In Den Gärten Pharaos - In Den Gärten Pharaos
2-Popol Vuh - In Den Gärten Pharaos - Vuh
3-Popol Vuh - Aguirre - Aguirre


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