Música vinda da memória, alguém
que se lembra de artistas com edições próprias ou edições esporádicas, masm
cuja música o marcou. Resolve juntar esforços e cria uma editora para pôr ao
serviço do Mundo as suas memórias. Primeira hora preenchida com a colectânea
Unveven Paths, e a segunda com mais edição de
Music From Memory.
2ª Horas, aventuras no País da Bélgica e não só.
11-Night
Fall In Camp – Cada Dia (1984) Grupo Belga que procurava gravar o seu 1º EP e
não encontravam uma vocalista, até que por sorte se cruzam com Marie Mondi
convidando-a. “Cada Dia” o tema que passamos saiu de improviso, e assim nasceu
esta interessante canção.
22-Stroer
Duo + Howard Fine – Nomad Song (1983) O duo alemão Stroer constituido por Hans
e Peter Stroer, assistia em Munich a um espectáculo da Companhia de Dança de
Nova Iorque Iwanson onde conhecem o poeta Howrad Fine, nasce uma amizade que
leva à partilha de textos e poemas de Fine. Este nunca tinha cantado não indo
além duns “sussuros, gritos e breve canto” nas suas “performances”, mas o agora
trio desenvolve um estilo designado por “art-top-music-story-telling” e quando
são convidados gravar por uma editora de jazz, que lhes concede três semanas de
estúdio, estes antes optam por outros locais como o de um pavilhão abandonado
duma piscina coberta por causa do eco. Com esta busca de “outros estúdios”,
nascem as canções resultantes da colagens de fragementos ou “tape loops”.
33-Tony
Hymas – Pictures Of Departure (1988) Anthony Hymas, um músico de jazz inglês
mas também compositor, arranjador, pianista e músico de sessões de gravação,
tocou com nomes como Frank Sinatra, Jeff Beck e Jack Bruce, nos intervalos foi
gravando a sua música. A canção presente na colectânea Uneaven Paths, resulta
dum edição para a editora vanguardista
francesa NATO, que lhe propôs o registo dum álbum com um lado instrumental e
outro cantado. A canção “Pictures Of Departure” tem uma narrativa situada num
aeroporto com uma estrutura repetitiva que se torna mais captivante quando a
cantora Laura Davis dos Mustaphas 3 canta o refrão “Quand je reviens”.
44- Miko & Mubare – Komoma Ya-Ya-Ya (1986) Joe Mubare é um homem multifacetado,
estudou Psicologia, Ciência Política em Munich e Los Angeles e especializou-se
em Terapia Familiar. Desiludido com a actividade profissional que exercia regressa
à sua paixão, a música compondo para cinema e televisão, regressanso à Alemanha
nos anos 80. Inicia uma carreira a solo, até com uma editora própria, mas sem
sucesso comercial, “Komoma Ya-Ya-Ya, resulta da única colaboração que teve com
cantora vinda de Berlim Mubare, vulgo Petra Mikolajczuck. Mubare continua nos
dias de hoje a compôr para a indústria cinematográfica.
55-Lost
Gringos – Tambo Machay (1982) Vindos duma editora de culto de Dusseldorf, que
publicou gente como Der Plan, Pyrolator ou DAF, os Lost Gringos poderiam ser
considerados um grupo um acto de arte pelo facto de explorarem as novas
tecnologias; tinham uma boa dose de ironia e classificavam a sua música com
“falsa música do mundo”
66-Patrick
Forgas- Sex Move (1984) Gravou em 1977 um álbum com os melhores músicos de rock
progressivo, a recepção da crítica foi correcta mas não o sucesso comercial,
desiludido Patrick deixa a música e tem vários empregos incluindo uma posição
de gestão na hierarquia da companhia “Gaz de France”, mas os seus colegas
sempre o encorajaram para voltar a compôr. Gravou então o “single” “C’est Comme
Ça La Vie” em tributo aos amigos da “Gaz de France” e no lado B surge então “Sex
Move”, uma alusão à paixão não correspondida por uma dançarina de cabaret que
decidiiu criar raízes na Austrália.
77-Vanakos
– I Hate Disco … Not The Dance (1983) George Vanakos pertenceu a um grupo que
actuava exclusivamente ao vivo e com o dinheiro que ganhou nos espectáculos
montou um estúdio onde com o seu grupo de pós-punk intitulado Profiles, gravou um
único álbum. Paralelalemente Vanakos
fechava-se no estúdio gravando peças a solo, dessas experiências nasce “I Hate
Disco... Not Dance”, pois apesar de gostar de música de dança detestava as
novas discotecas que brotavam em Atenas nos anos 80.
88-Brenda
And The Beach Balls – Dancong Thru´ The Night (1987) Brenda Ray é uma prolífica
artista inglesa muito conceituada pela sua música que mistura sons exóticos com
“dub”, aqui é acompanhada pela longa cumplicidade de Gerry Kenny que com ela
particou nos hoje motivo de culto Naffi. A sua música é descrita como
“Eclectic, Electro, Pop Doo –Wop for the dance hall”, e esta canção antes de
ser lançada, foi testatada perante a público quando Brenda a divulgava através
do seu leitor de K7s no carro em elevado volume.
99-Lou
Blic – Minéralité (1991) Lou Blic era um poeta francês que desapareceu em 1995
que colaburou com o prolífico músico francês Phillipe de Lacroix-Herpin, est
foi membro do grupo de pós-punk francês Marquis de Sade mas fez também
espectáculos com os míticos Zazou e Bekaye. O EP de Blic e Lacroix-Herpin
“Miaou Petit Minou” donde foi retirado Minéralité não foi editado
exclusivamente enquanto disco mas surgiu num livro de poemas de Lou Blic.
110-Nonobstant – Jessica (1983) O grupo Nonobstant
nasceu com quatro músicos, Louis Polis, Phillipe Garrsion, Anyione Cirri e Dari
Caterina,
que estudavam no estúdio
“Mustique’s
Nouvella” criado por
Henri Pousseur no
Conservatório de Liège. Os quatro eram admiridores de jazz contemporâneo
como Miles Davis
ou os Soft Mahchine e tocavam em grupos de
jazz amadores, por isso a pop que criaram era de contornos jazzísticos.
Philiipe Garrison apoio-se então nas suas origens Norte-Americanas para
traduzir a letra de Jessica, a canção que trazemos, uma peça que explora o mito
da “Bela e o Monstro” , mas num
inglês
muito próprio de Nova Iorque.
111-Wolfgang Kingler, Thomas Heimes, Hans-Christian
Mittag – Nach Dienst (1986) O trio Wolfgang Kingler, Thomas Heimes e
Hans-Christian Mittag, sendo os dois primeiros cunhados de Mittag, eram médicos
que trabalhavam no hospital de Monchandegladebach. Entre 1984-85, fizeram “jam
sessions” com sintetizadores, guitarras
e programas de percussão com computador na cave de Thomas Heimes. Os colegas ao
ouvirem as gravações acharam-nas interessantes e daí resultou o EP
“Aufnahmestation” , literalmente sala de emergência, considerado um dos primeiros
discos de rap em alemão. A faixa incluída nesta colectânea “Nacht Dienst” que
significa “Serviço Noturno” é um improviso com um piano desafinado acompanhado
por um sintetizador e percussão gerada por computador, contanto com a voz de
Hans-Christian. Apenas 500 cópias foram
impressas e vendiadas aos colegas do hospital, as que restaram foram destruídas
por uma inundação na cave de Thomas Heimes.
212-John Makin And Friends – No Lie (1985) John
Makin era um cantor e compositor inglês bastante considerado no cicruito de
folk\blues ao vivo, em 1972 passou a viver em Bruxelas, e “No Lie” é retirado
dum álbum gravado ao vivo com o título de “Live At The Planet”. Este disco
nunca foi vendido em lojas, mas quando dos concertos e foi o segundo e último
álbum editado na sua editora “Ok Records”. Mais tarde John Makin começou a
gravar com Mr. John e haveria de ter um sucesso Número Um na Bégica com a
paródia “
Potverdekke! It’s
Great To Be a Belgium”.
Contoniou a
gravar até 2011, ano do seu desaparecimento.
113- Steve
Beresford – Comfortable Gestures (1986) Outra vez a presença da editora
francesa NATO, já mencionada com Tony Hymas – Pictures Of Departure, onde foi
também editado o álbum “Dancing Line” e de
lá se extraiu “Comfortable Gestures”. O
ábum foi uma colaboração com a “designer” de moda francesa Anne-Marie Beretta.
Steve Beresforfd é um músico que percorreu o free jazz e gravou com gente dom
pós-punk como Flying Lizards e The Slits, foi a escolha ideal para traduzir em
música as peças de Anne-Marie Beretta
era considerada uma “arquitecta da roupa”; as letras para as canções foram
concebidas por Andrew Banner que depois de passar uma semana no “atelier” de
Beretta diria “quando ela fala sobre os seus desenhos é fácil começar a fazer
conecções com música. Ela mistura texturas agrestes e macias, por exemplo. Ela
fala de côr como se fosse música visual”
114-Violet
Eves –Listen Over The Ocean (1985) Listen Over The Ocean é a faixa que dá
título ao EP de estreia das Italianas Violet Eves e foi gravado no vanguardista
estúdio de Florença G.a.s e editado pela editora independente italiana IRA. O
título desta canção serviu de inspiração para a música do grupo, surreal,
embiental “juntando imagens de paisagens astrais e marinhas”. As Violet Eves
fizeram actuações ao vivo em toda a europa, gravaram três álbuns antes de se
separem em 1988.
Ouvir a 1ª Hora
2ª Hora do dia 03/08/2019
3- Kuniyuki Takahashi – Early Tape Works
(1986-1993) Vol.2 -Your Home
4- Kuniyuki Takahashi – Early Tape Works
(1986-1993) Vol.2 - Asia
8-Dub Oven – Dub Oven – Skin’N’Bones
10-Workdub – Workdub – Caravan
Visited