Há momentos que mudam a vida de uma pessoa e, definitvamente, entrar na Rádio Universidade de Coimbra e contactar com a imensidão de música e discos do seu espólio foi um momento marcante nesta vida. Esta semana, por isso, dedicámos mais dois capítulos deste "Desafio dos 10 Discos" a revelar alguns dos discos que entraram para a minha vida desde que comecei a passar a vida naqueles estúdios e corredores!
01. Josh Rouse - Streetlights
02. Feist - Mushaboom
03. Arcade Fire - Neighborhood #1 (Tunnels)
04. Sparklehorse - Sad And Beautiful World
05. Devendra Banhart - This Is The Way
06. The Ladybug Transistor - Like A Summer Rain
07. Magic Numbers - Forever Lost
08. Clap Your Hands Say Yeah - Upon This Tidal Wave Of Young Blood
09. The Boy Least Likely To - I'm Glad I Hitched My Apple Wagon To Your Star
10. Andrew Bird - Fake Palyndromes
11. Animal Collective - Turn Into Something
12. Jens Lekman - The Opposite Of Hallelujah
13. The Spinto Band - Oh Mandy
14. The National - Mr. November
15. Interpol - NYC
16. The Kills - Love Is A Deserter
17. Broadcast - Corporeal
18. Yeah Yeah Yeahs - Y Control
19. TV On The Radio - Dreams
20. Alfie - People
21. Johnny Boy -You Are The Generation That Bought More Shoes and You Get What You Deserve
22. Isobel Campbell & Mark Lanegan - Honey Child What Can I Do?
Ao mesmo ritmo a que o vírus parece que vai mas volta, assim esta senda do "Desafio dos 10 Discos" vai vendo mais capítulos a chegar ao éter. Esta semana perdemos a vergonha, falámos de bandas e artistas descobertos meio ao calhas (aqueles momentos de sorte) e ouvimos algumas das vozes masculinas que povoam esta cabeça! Será que já vamos a meio da história?...
O destaque nos últimos programas a artistas nacionais, como os Três Tristes Tigres ou Pop Dell´ Arte, são antes de mais motivo de reencontro com Gente cuja música está sempre no limiar do interessante, mas neste programa ainda dedicado à música Portuguesa, foi possível conciliar o Legado de Michel Giacometti com uma visão futurista das suas gravações. E como no futuro nos encontramos, viajámos até à Vanguarda de música dos anos 80, com os Telectu, conexões e possíveis pontos de influência, Vitor Rua foi dos GNR e Rui Reininho gravou com Jorge Lima Barreto nos Anar Band e fundou os Telectu. Terminámos com a ousadia do Lado B de Independança.
1ª Hora
1- Songs And Dances Of Portugal - Recolhas de Michel Giacometti - Mira-me Miguel
2- Songs And Dances Of Portugal - Recolhas de Michel Giacometti - Maragato
3- Songs And Dances Of Portugal - Recolhas de Michel Giacometti -Mineiro
4- Songs And Dances Of Portugal - Recolhas de Michel Giacometti - Aboio da vessada
Nos últimos meses fomos forçados a parar, olhar em volta, apreciar o que está mais perto. Viajamos em ritmo lento pelas linhas sonoras da Europa, descobrimos música divulgada durante o confinamento e aproveitamos para recordar os discos que há muito temos em casa e aos quais regressamos sempre.
É concensual que o ano 1967
foi o melhor da história da pop, com obras dos Beatles ou Jimi Hendrix, um
leque variadíssimo de música e criadores difícil de igualar, mas para a minha
vivência pop, o meu ano favorito será sempre 1998, quando comprei discos dos De
Phazz, Black Jazz Chromicles e o álbum “Comum” dos Três Tristes Tigres, já com
o grande Alexandre Soares a deslocar a música para áreas perto da electróica
afastando os TTT do neo-cabaret do primeiro álbum. Também, para grande alegria
minha, dos TTT não falhei um álbum, quando clássicos como “As Coisas Que
Fascinam” teve de ser comprado em CD, muito mais barato que o vinil! Agora em
pleno Século XXI, e no findar duma década, Mínima Luz é “apenas” mais um
excelente disco, onde um pequeno rasgo de sons nos agarra a um álbum
incoformista, afinal com uma carreira tão longa todos podiam entrar num
percurso de “savoir-faire”, com charme, mas sem garra. E a voz de Ana Deus
continua jovem, cristalina como quando a ouvimos nos Ban. Não resisti pois
percorrer a história dos Três Tristes Tigres para entrarmos na Nova Era com
vontade de os ouvirmos cheios de entusiasmo.
A história continua a ser contada, disco a disco, com histórias e estórias que, se calhar, não interessam a ninguém. Esta semana fomos a festivais, a festas da Rádio Universidade de Coimbra*, viajámos em carros amaldiçoados, acampámos em sítios improváveis e acabámos a visitar a Suécia! Ainda há tanto por contar...
*podia mesmo ter sido a festa dos 25 anos referida no ar, mas foi a dos 30 anos - isto da memória, especialmente a afectiva, também nos atraiçoa...
01. The Chemical Brothers - Star Guitar
02. Electric Soft Parade - Empty At The End
03. Black Rebel Motorcycle Club - Whatever Happened To My Rock'n'Roll
04. The Beta Band - Squares
05. The Flaming Lips - Waitin' For A Superman
06. Cat Power - Sea Of Love
07. Marisa Monte – Beija Eu
08. The Rapture – Sister Saviour
09. LCD Soundsystem - All My Friends
10. Hot Chip - Dancing In The Dark
11. The Radio Dept. - You're Looking At My Guy
12. Loveninijas - Keep Your Love
13. Acid House Kings - This Heart Is A Stone
14. Sambassadeur - Albatross
15. Club 8 - Everlasting Love
16. Suburban Kids With Biblical Names - Loop Duplicate My Heart / A Couple Of Instruments
17. Pelle Carlberg - 1983 (Pelle & Sebastian)
18. Hello Saferide - Highschool Stalker
19. The Concretes - You Can't Hurry Love
20. Peter Björn And John - Paris 2004
21. El Perro Del Mar - God Knows (You Gotta Give To Get)
22. I’m From Barcelona - Treehouse
23. Jens Lekman - Kanske Är Jag Kär I Dig
Não deixa de ser irónico que após 27 anos da quase edição de autor, afinal
a editora Ama Romanta era do João Peste dos Pop Dell’Arte, um álbum deste grupo
seja editado por uma “major”, ou seja a música portuguesa, em várias vertentes,
vende, há mercado, e todos lá querem ir. Nos anos 80, quando sobretudo ouvia a
então interessante Rádio Comercial, Estatal, lembro-me particularmente de “Mai
86” dos Pop Dell’Arte, mas já não consigo fixar no tempo porque comprei “Free
Pop”, contudo foi para mim um acto de sorte, pois fui deixando de lado vários
discos que hoje em vinil são raridades caras. Mas escrevia, a música portuguesa
vende, talvez porque a Antena 3 começou a ter “A Quinta dos Portugueses”,
talvez porque há mais, rádios, televisões, concertos e festivais, criando
espaço e tempo para a divulgação da produção nacional, mas na RUC há uns
Senhores que desde que tenho memória dos meus 27 anos aqui, divulgam a música
portuguesa, com infinita devoção e amor, os Santos Da Casa de Fausto Silva e Nuno Ávila, então
para quê trazer eu também Pop Dell’Arte? Porque nós na Província somos assim,
repetitivos, aborrecidos mas com direito à Paixão, então estas Sessões Dum
Pacóvio de Província são apenas uma forma de demonstrar a nossa admiração por
um grupo que fez canções de retalhos, agora as suas composições têm
matéria-prima mais homogénea mas continua a haver lugar para o sonho.
